Como é realizada a Transferência de Embriões em bovinos e quais cuidados tomar?

O mercado da bovinocultura tem buscado nos últimos anos a elevar o padrão na genética dos rebanhos. Para a melhoria das características desejáveis nos animais, uma das biotecnologias utilizadas é a transferência de embriões, também conhecida como TE.

O que é transferência de embriõem em bovinos?

            A transferência de embriões em bovinos é definida como uma biotecnologia que apresenta objetivo de gerar produtos de alto valor genético. Nesta técnica, une-se características de matrizes e touros geneticamente superiores. Contudo, não há necessidades dos animais que serão cruzados estarem na mesma fazenda.

            A TE possibilita, que em curto período de tempo, aumente-se as características raciais desejáveis no rebanho, sendo um método que permite maior número de animais superiores a custo mais baixo se comparado à aquisição de um animal adulto.

            Outras vantagens da TE são: possibilidade de obter mais de um bezerro por ano de determinada matriz; aprimoramento genético e seleção dos produtos geral; comercialização de material genético congelado de animais superiores e definição de características importantes para produtividade.

Mas, como é realizada a TE?

            Após sua seleção a matriz (fêmea bovina superior), denominada doadora, passará por tratamento com hormônios específicos para estimular a superovulação (produção de vários oócitos). Logo em seguida, será submetida à monta natural (contato com o touro) ou à inseminação artificial.

            Contados sete dias após o acasalamento ou inseminação, os embriões são retirados, selecionados com auxílio de microscópio e transferidos para fêmeas receptoras.

            As fêmeas receptoras são selecionadas conforme suas características reprodutivas e classificadas como aptas e inaptas. Essas fêmeas aptas recebem os embriões e levarão a gestação até o nascimento do bezerro.

Quais são os cuidados básicos que devem ser tomados?

Seleção das doadoras: As doadoras devem possuir características geneticamente superiores às demais fêmeas, estarem em condição nutricional adequada e apresentarem ciclo estral regular. Também é importante que não possuam nenhum defeito congênito, pois caso possuam, irão passar aos seus descendentes. Estes são cuidados necessários para possibilitar maior retorno.

Seleção das receptoras: As receptoras devem estar a pelo menos 30 dias na fazenda onde serão trabalhadas, a fim de que possam adaptar-se ao manejo, alimentação e instalações do local. Devem possuir duas formas de identificação dentre: brinco, marca a fogo e tatuagem.

O porte tem de ser compatível com a raça do embrião, a fim de garantir uma gestação normal. Deve ser feita avaliação do trato reprodutivo por meio de palpação retal e ultrassonografia para averiguar a saúde reprodutiva da receptora, com exame negativo para brucelose. Também devem ser vacinadas contra IBR, BVB e leptospirose (se for a primeira vacinação repetir com 21 dias e só proceder a implantação dos embriões após a segunda dose).  

Caso as receptoras estejam paridas, implantar embrião somente após 45 dias o parto, para respeitar o período de descanso das mesmas. Devem apresentar diagnóstico de gestação negativo a menos de 15 dias. Ao utilizar novilhas, estas devem estar ciclando com presença de CL (corpo lúteo). O ECC das receptoras, numa escala de 1 a 5, na qual 1 é muito magra e 5 muito gorda, deve estar entre 3 e 4.

A fim de evitar estresse, não realizar controle de carrapato 10 dias antes e 30 dias após a realização do protocolo de TE. O estresse deve ser evitado até o diagnóstico de gestação. Quanto à nutrição, as receptoras não podem consumir mais que 50g de ureia/dia.

Protocolo hormonal: O protocolo hormonal é uma das principais etapas da transferência de embriões em bovinos. Os medicamentos devem ser aplicados de maneira correta.

Coleta e avaliação dos embriões: Entre o sétimo e oitavo dia após a primeira inseminação ou acasalamento da doadora, os embriões devem ser coletados por meio de lavagem interna do útero com solução apropriada. Após a coleta, os embriões são avaliados e os que apresentarem anomalias morfológicas devem ser descartados.

Instalações e equipamentos: Um ponto extremamente importante, mas que muitas vezes os pecuaristas não se atentam, são as instalações. Para ter sucesso na TE é imprescindível ter instalações suficientes para a realização do protocolo. A estrutura para TE é basicamente um curral que possibilite fácil manejo, um laboratório para a manipulação dos embriões e um ultrassom veterinário para avaliação das diversas etapas do ciclo reprodutivo das fêmeas.

Controle zootécnico: O controle zootécnico consiste nas anotações realizadas no decorrer do processo de TE. Os registros de dados durante as etapas têm como foco detalhes como: data de nascimento, peso, condição corporal e avaliações evolutivas, por exemplo.

Mão de obra especializada: Deve-se contratar mão de obra especializada para a realização do procedimento.

Como utilizar a TE para escalar o seu negócio?

A utilização da transferência embriões é interessante pois possibilita escalar a produção de touros na sua fazenda com custos vantajosos. Utilizando as técnicas adequadas, que garantirão uma alta taxa de prenhez e selecionando embriões vindos de pais bem avaliados esta técnica pode ser sua aliada para escalar o seu negócio.

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