Conheça o Método de Avaliação Visual para Eficiência Funcional desenvolvido por Jan Bonsma

         O processo de avaliação visual de animais beneficia os rebanhos bovinos, pois além da avaliação de ganho de peso ao longo do tempo, considera características que contribuem para o melhor desenvolvimento dos animais, garantido maior precocidade, melhor conversão alimentar e mais lucratividade para o produtor.

            Em 1946 o Professor Jan Bosma desenvolveu a avaliação de bovinos para a eficiência funcional na África do Sul, partindo do conceito do julgamento de bovinos baseado em padrões estéticos a serem estudados cientificamente.

            Bonsma (1983) considera que os aspectos de exterior do corpo são importantes pois permitem uma “leitura” do animal, da harmonia entre a atuação de hormônios, todos intimamente ligados. O autor relata diversas características que estão altamente relacionadas à eficiência funcional. Estas características ficam mais evidentes quanto mais próximo da puberdade os animais estiverem, e, logicamente, o dimorfismo sexual aumenta durante a vida produtiva.

São considerados o seguintes aspectos para fêmeas:

Esqueleto:

Animais mais tardios sexualmente ou desequilíbrios hormonais provocam crescimento demorado dos ossos. Com base neste princípio, vacas “altas” (estatura elevada”) em relação à média da raça, revelam vacas menos férteis ou mais tardias. Uma estrutura óssea delicada, que confere leveza de formas, é fundamental nas fêmeas.

Pelo e couro:

Couro e pelo refletem atividade hormonal da fêmea. Fêmeas devem apresentar pelos com tons mais claros que os machos. Os pelos nas fêmeas devem ser sedosos e cheios de vida, pois fêmeas que apresentam pelos grosseiros e com escurecimento na cabeça, pescoço e paleta refletem baixa atividade hormonal ovariana, o que indica queda da fertilidade.

Formação e desenvolvimento de músculos:

Baixa habilidade materna é indicada quando uma fêmea apresenta úbere carnudo ou com depósito de gordura. O úbere ideal visto por trás, quando vazio, apresenta-se com pregas longitudinais.

A fêmea deve apresentar músculos suavemente definidos, tendo um aspecto geral delicado. Pescoço bem musculado, paleta com musculatura evidente e coxas com muita definição muscular são características de novilhas ou vacas subférteis.

A genitália externa em vacas grandes e musculosas, frequentemente, é infantil e está associada a ovários pequenos, lisos e pouco funcionais. A deposição de gordura e a localização de depósitos de gordura é uma característica ligada ao sexo. A distribuição da gordura no corpo deve ser uniforme em uma fêmea funcional. Subfertilidade é indicada por acúmulos proeminentes de gordura na ponta dos íleos e dos ísquios.

Comportamento e temperamento:

Animais com temperamento bravio, que mantem a cabeça elevada constantemente, indicam alta função da tireoide. Normalmente, são matrizes com baixa habilidade materna e baixa produção de leite. Além da reprodução, o temperamento bravio dificulta o manejo e interfere negativamente no aspecto produtivo do animal.

Para os machos, Bonsma (1993) também discorre sobre os mesmos aspectos tratados para as fêmeas:

Esqueleto:

Touros mais altos do que o padrão da raça, normalmente são tardios. O hipogonadismo primário (testículos infantis) acarreta menores taxas de secreção de hormônios e assim, maior tempo de crescimento dos ossos. O touro subfértil tem perfil do corpo muito semelhante ao do animal castrado. Touros excessivamente altos e lateralmente achatados (sem arqueamento de costelas, sem abertura de peito e ancas pouco afastadas) não devem ser selecionados.

Pelo e couro:

O pelo dos machos deve ser mais escuro, grosseiro e de maior diâmetro do que o das fêmeas. O brilho e sedosidade também devem estar presentes no pelo dos touros, ainda que em menor grau quando comparados às fêmeas. Os pelos denotam bom estado nutricional e funções endócrinas corretas. São sinais da libido do reprodutor o escurecimento dos pelos, especialmente do pescoço, no alto da canela, parte inferior da paleta e na parte baixa da coxa, acima do jarrete, pois são condicionados por andrógenos secretados pelo córtex suprarrenal.  As riscas gordurosas amarelas que ocorrem nas dobras do couro do pescoço no touro também indicam presença de boa libido.

Deposição de gordura:

Touros com disfunções glandulares geralmente apresentam as mesmas deposições de gordura inadequadas que as vacas.

Desenvolvimento muscular:

Os machos devem apresentar músculos desenvolvidos com claras definições. Fortes massas musculares devem recobrir a paleta, o dorso-lombo, a garupa e as coxas. Musculatura convexa, proeminente e rígida são características que favorecem a escolha dos melhores animais.

Todos os touros Bonsmara Barra Grande são registrados junto à Associação Brasileira dos Criadores de Bonsmara. Os mesmos passam por criteriosa avalição que segue os parâmetros estabelecidos pelo método de avaliação visual de Jan Bonsma, o que garante a padronização e qualidade da raça.

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