Qual o Futuro do Mercado de Carne no Brasil?
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) fizeram projeções para 2029/30 que apontam aumento na produção do setor de carnes em cerca de 23,8%, sendo 16,2% em carne bovina.
As projeções ainda indicam alto crescimento das exportações no que diz respeito à carne bovina brasileira, com o Brasil líder na exportação de carne bovina em 2029, com 32,7% do volume total. Além disto, o consumo interno crescerá na ordem de 0,8% ao ano nos próximos dez anos.
China, Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul são os principais mercados para a carne bovina brasileira, de modo que a China deve importar 31,7% da carne bovina a ser exportada pelo Brasil em 2029.
Em virtude dos fatos mencionados, vamos te mostrar quais as exigências dos consumidores deste mercado em ascensão e em que raça investir conforme este cenário.
Qual a exigência para demanda dos consumidores de carne bovina?
A pecuária de corte brasileira está diante de grande oportunidade de crescimento. Contudo, para conseguir aproveitar o momento, o setor necessitará superar alguns desafios, como: aumentar a produtividade, visar o bem-estar animal, implantar rastreabilidade de ponta a ponta da cadeia e garantir qualidade e segurança dos produtos finais.
A carne bovina é nutritiva e saudável, importante componente de uma dieta equilibrada. O consumo por pessoa, no Brasil, gira em torno de 36 kg por ano, quantidade que demonstra a relevância da carne bovina na alimentação dos brasileiros.
Os consumidores têm se tornado a cada dia mais esclarecidos e exigentes. Desta forma, a demanda por produtos de qualidade tem aumentado. Além das preocupações quanto aos aspectos de saúde e segurança alimentar, há aumento da exigência por atributos intrínsecos da qualidade da carne, como: maciez, sabor, quantidade de gordura, cor, aroma e suculência.
O boletim da Embrapa e do MAPA, assinado pelos pesquisadores Guilherme Cunha Malafaia, Henrique Nogueira Biscola e Fernando Teixeira Dias, relata que nas próximas décadas teremos um consumidor ainda mais atento e exigente.
Para que avanços possam ocorrer é preciso investir em processos, genéticae eficiência alimentar para elevar o padrão da carne bovina brasileira, seja para consumo interno ou exportação.
O avanço do uso de genética taurina, como no cruzamento industrial entre taurinos e zebuínos (exemplo: raça Bonsmara e Nelore, respectivamente) propicia vantagens, como abate mais precoce e maior deposição de gordura na carcaça. Estes fatores garantem, além de vantagens econômicas para o produtor, melhoria na qualidade da carne, conferindo maior maciez e suculência.
No que tange o avanço no uso de genética taurina, a raça Bonsmara mostra-se altamente interessante, visto que além da excepcional qualidade de carne, é uma raça adaptada ao clima tropical e precoce, o que garante desempenho em sistemas de produção a pasto (os mais utilizados no Brasil).
A raça Bonsmara também garante resultados positivos no cruzamento industrial. Este método é feito entre duas raças com características complementares, quanto maior a distância étnica original entre as raças cruzadas, maior heterose em seus descendentes, obtendo-se um animal com maior resistência, peso, fertilidade e qualidade de carne. Desta forma, o cruzamento entre animais Nelore e Bonsmara se mostra altamente benéfico pois resulta em 100% de heterose.
Portanto, com o aumento da exigência dos consumidores é possível concluir que a demanda por carnes de alta qualidade, principalmente de taurinos aumentará. A raça Bonsmara alia qualidade e vantagens comerciais tornando-se uma boa escolha para o produtor rural.
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