Entenda aqui porque alguns bois dão prejuízo e outros dão lucro!
Entenda o que é o CAR – Consumo Alimentar Residual – e como utilizá-lo na hora de compor o seu rebanho!
Na bovinocultura de corte, o fornecimento de alimento pode corresponder a 87% do custo de produção, fato preocupante aos pecuaristas. Pesquisas na área de eficiência alimentar tem demonstrado a importância da redução dos custos, com aumento da eficiência alimentar do rebanho e consequente maximização da lucratividade.
Nos programas de melhoramento genético bovino, o consumo alimentar residual (CAR) é interessante para selecionar animais mais eficientes na utilização dos alimentos. No consumo alimentar residual (CAR), os animais são classificados como CAR negativo e positivo, onde os animais CAR negativos são aqueles com menor consumo observado em relação ao esperado e, portanto, considerados mais eficientes.
Qual a vantagem de escolher animais com CAR negativo?
A vantagem de selecionar animais mais eficientes por meio do CAR negativo é que com menor ingestão de alimento, os animais produzem igual ou mais que animais com CAR positivo. Em sistema de criação a pasto, que é o sistema de produção mais utilizado no Brasil, isto quer dizer que o animal precisará de menor quantidade de forragem para seu desenvolvimento, o que permite que o pecuarista aumente a taxa de lotação das pastagens, sem prejudicar o desempenho dos animais, aumentando seu lucro.
Em sistemas de confinamento com duração de 110 dias, Sartori et al. (2018) verificaram que animais de CAR negativo resultariam em economia de 193,93 kg MS no período. Considerando a média de consumo destes animais (12,11kg MS/dia) com custo da dieta igual a R$6,70 por dia, resultaria em economia de R$106,66 por animal CAR negativo confinado em comparação aos animais CAR positivos. Projetando para um confinamento com capacidade de 5.000 cabeças, seria obtida economia de R$533.307,00, o que representa 14,5% do custo de alimentação. Portanto, quando selecionamos animais mais eficientes (CAR negativos) para compor um lote no confinamento, este procedimento interferirá diretamente na rentabilidade do sistema, tornando-o mais lucrativo.
O CAR e a raça Bonsmara
Neste contexto de animais mais lucrativos por apresentarem maior eficiência alimentar e CAR negativo, temos os animais da raça Bonsmara, que é reconhecida como a raça bovina de maior conversão alimentar do mundo, em média os animais consomem 4,4 kg de matéria seca para produzir um quilo de ganho de peso. A raça Bonsmara desponta como nova fonte de material genético, constituindo como importante recurso genético para os trópicos, beneficiando dessa forma criadores e consumidores de touros que querem trabalhar os animais como raça pura ou como fornecedor de heterose em acasalamentos com outras raças.
Os animais da raça Bonsmara apresentam características importantes economicamente para crescimento, carcaça e qualidade de carne (Climaco et al., 2011). Devem estar “acabados”, com cobertura de gordura entre 3 e 6 mm a partir de 16 a 17@ e uma característica particular da raça é a deposição precoce de gordura por toda a carcaça.
Em virtude dos fatos mencionados, vimos que a seleção de bovinos de corte com melhor eficiência alimentar é de extrema importância, principalmente pelo fato de diminuir os custos de produção pela redução no consumo de alimento, que são muito altos dentro do sistema de produção. Utilizar o CAR como critério de seleção, diminui gastos alimentares devido a seleção de animais que consomem menor quantidade de alimento para um mesmo nível de produção, tendo como consequência o aumento da lucratividade da atividade pecuária. Neste cenário, a raça Bonsmara é excelente opção, seja para criação como raça pura ou para cruzamentos industriais.