Quais são os melhores capins para a criação de bovinos de alto rendimento?

           Quem tem vivência no campo, sabe que a alimentação dos bovinos está relacionada ao sucesso na pecuária. Quantidade ideal de fibras, proteína e energia devem fazer parte da dieta para que o ciclo produtivo seja eficiente e possibilite a produção de carne que apresente qualidades exigidas pelo mercado.

            Cerca de 95% da produção de carne bovina brasileira é produzida a pasto, o que garante um diferencial competitivo no mercado internacional, visto que a produção a pasto reduz o custo de produção. Com base nisto, os capins devem ser selecionados considerando-se produtividade e qualidade.

Quais são os principais capins utilizados no Brasil?

            Uma variedade de gramíneas pode ser utilizada na alimentação do gado de corte. Normalmente, são divididas em três grupos, conforme características botânicas, capacidade produtiva e adaptativa. São eles: panicuns, braquiárias e tiftons.

Panicuns:

Os panicuns estão entre os que possuem alto valor nutritivo e alta capacidade produtiva, o que permite de quatro a cinco animais por hectare. Devido à sua alta aceitabilidade, por produzir mais folhas do que colmos, é bem consumidor por bovinos.

Todavia, para se desenvolver adequadamente, os panicuns precisam de solo fértil, o que gera maiores custos de produção. A taxa de lotação (UA/ha) diminui durante o período seco, portanto é preciso ficar atento pois os animais alimentam-se durante todo o ano.

Entre os panicuns, destacamos: Mombaça, Massai, Tanzânia, Zuri e Quênia.

Braquiárias:

É o gênero mais utilizado no Brasil por apresentar cultivares flexíveis, que se adaptam aos diversos climas e níveis de fertilidade do solo.

Apresentam raízes vigorosas e profundas, o que é interessante em solos com baixa fertilidade e possuem tolerância ao frio e ao período seco do ano. As braquiárias são nutritivas e apresentam boa aceitabilidade pelo gado.

Dentro do gênero, você deve selecionar a cultivar que mais se adapta a realidade da sua fazenda. Por exemplo, enquanto a braquiária humidícola suporta bem solos com excesso de humidade, o braquiarão não suporta solo encharcado.

Além das braquiárias que já conhecemos, como o Marandu, a Decumbens, a Humidicola e a Ruziziensis, a Embrapa desenvolveu cultivares híbridas da espécie Brachiaria brizantha cv. Marandu que são altamente produtivas e possuem alta plasticidade e capacidade adaptativa. São elas: Piatã, Paiaguás (indicado para períodos de seca) e Ipyporã (alto valor nutritivo, sendo muito bom para a recria).

Tiftons:

            O grupo dos tiftons é constituído pelas forrageiras do gênero Cynodon. Os capins do gênero Cynodon são ainda mais produtivos que os Panicuns, o que resulta em boa produção de matéria seca, com bom fornecimento de proteína bruta e boa digestibilidade. Além de serem bons para pastejo, são excelentes para confecção de feno.

             Os tiftons adaptam-se em regiões quentes e são o grupo mais resistente à geada. Podem ser cultivados em solos arenosos, argilosos ou mistos desde que bem adubados, visto que os capins requerem alto nível de fertilidade do solo. Todavia, não suportam sombreamento e solos encharcados.

            A maior desvantagem deste grupo é que o mesmo não se propaga por sementes, sendo o plantio realizado por meio de mudas. Portanto, cabe ao pecuarista, juntamente com seu Zootecnista, avaliar se este método é viável para sua produção.

As cultivares mais utilizadas são: Cynodon dactylon (grama bermuda), Cynodon nlemfuensis (grama-estrela), Cynodon plectostachyus (grama-estrela), Tifton 68 e Tifton 85.

Então, qual o melhor capim para a produção de bovinos no Brasil?

            Não existe uma cultivar de capim que seja melhor entre todas as disponíveis, mas sim, a cultivar ideal para sua propriedade. Desta forma, é preciso considerar diversos fatores para escolha correta da forrageira.

Para iniciar o planejamento, você deve definir seu objetivo de criação (cria, recria ou engorda) e se o pasto será para pastejo ou silagem. Posteriormente, é preciso avaliar as condições ambientais da região e definir quais capins são adaptáveis ao mesmo tempo que garantam às exigências nutricionais da raça de gado de corte criada.

Qual o melhor capim para cada região brasileira?

Sudeste, Centro-Oeste e Norte: Essas regiões beneficiam-se de gramíneas resistências à umidade, exposição solar e altas temperaturas.

Nordeste: Deve-se focar em cultivares que tolerem períodos de seca e baixa umidade.

Sul: Invista em forrageiras que suportem frio e geada, como as do gênero Cynodon.

É importante ter sempre mais de um tipo de capim na sua propriedade. Desta forma, cada um suprirá necessidades do gado nas épocas que apresentarem-se mais nutritivos. Além disto, caso ocorra algum ataque de praga (cigarrinha, por exemplo) ou outro contratempo, você estará seguro por ter mais de uma opção de pasto.

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